Desde 2003, a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) ocupa ruas e prédios da cidade em uma manifestação cultural singular que tem ênfase em celebrar e divulgar a produção literária do Brasil e do mundo. Localizado no litoral sul do estado do Rio de Janeiro, Paraty é um município que carrega forte herança colonial. Pedras pé de moleque calçam parte das ruas da cidade, que guarda belezas históricas dentro de si ao mesmo tempo que é rodeada por água e natureza.
É nesse cenário que, anualmente, autores, editores, artistas e amantes da literatura em geral se encontram e se reúnem em conversas produtivas que abarcam os mais variados temas. O objetivo do evento é aproximar escritores e público, mantendo originalidade e informalidade como parte da programação, que conta também com atividades que envolvem literatura infantojuvenil, performance, debates, artes cênicas e visuais. Nomes como Ariano Suassuna, Isabel Allende, Neil Gaiman, Angélica Freitas, Toni Morrison ou Chico Buarque são alguns dos que compõem a extensa lista dos que já circularam pela Flip.
Este ano, a grande homenageada da festa é a multifacetada Hilda Hilst (foto), que amarrou poesia, ficção, teatro e crônica em uma obra única e inovadora. A escritora é um dos grandes nomes da literatura em língua portuguesa do século XX e abordou, em seu trabalho, questões que permeiam o universo interior do ser humano. Amor, sexo, morte, existencialismo, transcendência da alma e contatos com uma força maior, que para muitos pode ser chamada de Deus, foram alguns dos temas explorados pela autora em uma bibliografia que possui dezenas de títulos.
Cada edição do evento homenageia alguma importante figura do Brasil para que, dessa forma, a língua portuguesa e a literatura feita por aqui sejam preservadas, difundidas e valorizadas. De acordo com Joselia Aguiar, que desde 2016 assumiu a curadoria do evento, um dos desafios de 2018 é “descobrir como contribuir para a formação de plateias para uma festa literária como a Flip, a formação de leitores capazes de compreender linguagens e sentidos”. A edição passada marcou um aumento da participação de autoras do sexo feminino e de escritoras e escritores negros, além de ter contado com mais editoras de pequeno porte.
Nesta temporada, a Flip acontece entre os dias 25 e 29 de julho. Este ano, o autor de origem egípcia radicado nos Estados Unidos André Aciman, que escreveu o romance Me chame pelo seu nome (e que inspirou o filme de mesmo título), a portuguesa Isabela Figueiredo, autora de A gorda, e vários outros, de iniciantes e veteranos, estão entre os convidados para enriquecer os debates diários que acontecem na grande festa em Paraty.
16ª Flip – Festa Literária Internacional de Paraty
Data: 25, 26, 27, 28 e 29 de julho de 2018
Local: Paraty – Rio de Janeiro
Mais informações: flip.org.br
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